Tuesday, December 13, 2005
mononucleose
A nota? Não importa. Não muito. O legal foi poder falar sobre o assunto.
Agradecimentos públicos ao Professor Mestre Roberto Tietzman pela confiança.
Saturday, November 12, 2005
podcast
O aglomerado de músicas selecionadas por Warren Ellis, chamado de Apparat e o programa Comic Geek Speak dominam por enquanto. O primeiro é só minha tentativa de ouvir música nova sem ficar torcendo a cara; mas os segundo pode se tornar uma preciosidade encontrada este ano.
A premissa: alguns nerds malditos se reunem e discutem histórias em quadrinhos. Só isso. Basicamente o que eu gostaria de fazer. Na real, isso eu até fazia de graça.
(Na verdade, eu faço isso de graça. só que ao vivo. E ninguém que eu saiba assina no itunes. )
Mas o Comic Geek speak vale realmente assinar, especialmente pelo valor das discussões. O episódio 45 ainda é o melhor, com a participação de Geoff Klock, por telefone, diretamente do velho continente. Klock é o autor do livro How to read Super-hero Comics and Why (recomendado primeiramente para mim pelo sr. Leituras do Dia, a quem agradeço publicamente pela iluminação, especialmente porque ele, assim como eu, não tem trackback), este livro parece ser um verdadeiro tesouro para ler, em que se analisa o movimento dos quadrinhos de super-heróis pós-era de prata, dentro do contexto hiper-realista e violento criado a partir de Watchmen e Cavaleiro das Trevas.
Anyway, no podcast 45 eles discutem de tudo e mais um pouco, chegando a conclusões precipitadas e engraçadíssimas como o fato de Grant Morrison ser Deus.
O que é uma bobagem sem tamanho.
Todos sabem que Alan Moore é Deus.
Voltando a programação normal: excelente aquisição para a biblioteca. Usarei a entrevista na mono. (Altamente cool usar entrevistas de podcasts em trabalhos acadêmicos. Isso quer dizer que eu estou na crista da onda.) Lerei o livro de qualquer forma. Mandarei e-mail para esse cara elogiando o trabalho e ao mesmo tempo questionando como ele errou duas perguntas de três no trivia-questionário mandado por um ouvinte. (Não entendeu? Vai escutar o programa). Nessa ordem.
Friday, November 11, 2005
por que eu odeio a internet
Isso já tinha acontecido antes. Primeiro eu consigo um download da graphic novel Blankets, do sr. Craig Thompson, apenas para descobrir que a cópia digital que vem está em espanhol.
O que vem a ser uma coisa inadmissível.
Agora Jimmy Corrigan (do novo prodígio Chris Ware) vem em francês, o que não é tão ruim quanto o espanhol, mas ainda assim inesperado e, na falta de uma palavra melhor, chato.
Se Black Hole vier em italiano eu vou surtar de vez.
Isso é para aprender a não piratear e comprar as coisas legalmente de uma vez.
Monday, November 07, 2005
desafio
escrever um romance - do zero, de no mínimo 50.000 palavras - em um mês.
Você se inscreve e tem até 30 de novembro para finalizar o livro. Não só vou tentar como me inscreverei no projeto dia 20 de novembro.
Sabe como é, para apimentar um pouco as coisas.
(Pai: acho que este ano está meio em cima da hora, mas ano que vem tá pra ti.)
Sunday, November 06, 2005
the last sane man in england
(Gênio total, louco bizarro, inglês barbudo, escritor fenomenal. Escolha qualquer das designações anteriores para ele).
Ele e o jornalista falam sobre Quadrinhos, Cabala, fama, cinema, adaptações e futuro.
Mas sempre com a mesma falha: relatam todos os sucessos de Moore nos quadrinhos, desde que começou, mas sempre se esquecem de Miracleman. Não é possível que não tenham lido. Certamente há uma conspiração para manter os leitores na ignorância.
casa branca
Mas não é por isso que West Wing é tão importante. É devido ao fato de ajudar de maneira substancial na leitura de um livrinho muito complicado chamado Fear And Loathing In The Campaign Trail '72, do falecido madman e guru do gonzo Hunter S. Thompson.
Li o livro há uns cinco anos (no original) e devo ter entendido uns 40%. Sério. E o problema não é a maldita língua, nem o jeito bizarro que o autor escreve, mas sim toda a questão política estadunidense. Por isso West Wing é tão bom, mesmo quando você não entende nada, você ainda aprende alguma coisa. E nada melhor para entender The West Wing do que um livro chamado A Era Dourada, do sr. Gore Vidal, cavalheiro, romancista histórico, observador espirituoso e narrador perfeccionista.
No livro dele (A Era Dourada) se tem todo a movimentação política em Washington e arredores nos dez anos que compuseram a criação dos Estados Unidos na maior potência dos últimos séculos. Nos períodos que abarcam o terceiro mandato de Roosevelt à presidência e a entrada dos EUa na II Guerra Mundial até , bom, ainda não li o final, não sei em que época termina; minha opinião é que se estenda até o final do mandato verdadeiro de Truman (aquele em que ele se elegeu de verdade) o livro discute candidaturas, indicações, jogo de poder, papel da imprensa, surgimento da televisão, tudo em prosa difícil - mas compreensível.
Por isso, ordem de leitura: ler a Era Dourada, assistir The West Wing e depois poder se dar ao luxo de entender todas as piadas em Campaign Trail '72.
Tuesday, November 01, 2005
Friday, October 28, 2005
teste inútil da semana
Quando for escrever um livro, e mesmo que ele não seja exatamente um livro de fantasia, é sempre bom fazer o teste.
bjokas millllll p/ tdus meus fãns miguxos...!!!
Podia ser bem pior. E poderia ter começado mais cedo.
"Lerning tu spel and red the Inglish langwaj iz the grat elementary task ov the pupol," wrote Medill in an 1867 monograph.
E isso levanta a questão simples de quanto tempo ainda temos antes de sermos obrigados a nos acostumar com uma mudança cada vez menos gradual na linguagem escrita? E em qualquer idioma, aparentemente.
Thursday, October 27, 2005
fato
Quando se bebe Coca-Cola em um garrafa de 600 ml, no gargalo, com um vento forte contra, o líquido assume o gosto do Açaí.
Não que isso seja bom ou ruim. É só um fato.
outlander
Diana Gabaldon é a criadora da série de livros Outlander, em que se mistura viagens no tempo, história, esquisitice e descrições de cenas de sexo que fariam Marilyn Manson enrubescer.
Nesse artigo, discute-se a validade de sua obra - que por sinal tem quase 15 anos - e também se é merecida sua colocação na categoria de livros românticos.
(Graças a Deus a Livraria Cultura colocou o livro na seção de ficção-científica. Para mim, qualquer obra artística que lembre - mesmo que palidamente - qualquer aspecto de fantasia ou bizarrice - deve ser colocada em categorias de ficção-científica. E isso inclui The Groundhog Day.)
Na verdade, a grande discussão que se levanta no artigo, para um brasileiro, é a diferenciação que se deve fazer entre novel e romance.
Ainda não li. Quem sabe em 2006?
Wednesday, October 26, 2005
name that Nobel
Thursday, September 29, 2005
mais entrevistas
Para mim é inútil. Tenho todos os livros, comprados para mim e meu irmão por meu pai, que muito provavelmente só fez isso porque queria um motivo para ele mesmo comprar e ler todas as histórias.
Mas é sempre legal ver perguntas de outros fãs. Apesar de ninguém ter feito a pergunta básica:
'Dada a chance, será que o Haroldo ficaria com a Suzie, metendo um dedo no olho metafórico em Calvin?'.
Hah. Esquece.
duelo
Nessa entrevista dupla, Neil Gaiman e Joss Whedon falam sobre seus trabalhos passados e presentes, bem como suas emelhanças como autores, referências e o seu público.
Conversa interessante entre dois autores interessantes. Gaiman é conhecidíssimo atualmente - e há uma menção-piada sobre esse assunto - por ter escrito Sandman para a DC Comics (uma HQ, deusdocéu) e outros livros de igual renome. Whedon foi o cara que criou Buffy, a caça-vampiros e a série de ficção-científica Firefly, que foi cancelada antes da hora e que agora virou filme.
A série era ótima. Mal posso esperar o filme.
Mas a questão principal da conversa foi essa, na minha opinião:
(ambos discutem sobre seus fãs, e sobre como esses mutaram de góticos estranhos para pessoas normais, que são até bonitas, então o jornalista comenta)
"When I was growing up, only the geek and socially marginal people were into stuff like Spiderman and JRR Tolkien. But in the last five years they've become the biggest enternainment phenomena around. How did it gets so nerds are suddenly driving popular culture?"
Que, em uma tradução porca, seria:
"Quando eu crescia, apenas os estranhos e os marginalizados socias curtiam coisas como Homem-Aranha e Tolkien. Mas, nos últimos cinco anos eles se tornaram o maior fenômeno do entretenimento que há por aí. Como é que pode que os nerds comandam a cultura popular?"
Basicamente o que eu tenho martelado nos ouvidos dos meus amigos nos últimos cinco anos.
Que merda, eu martelo isso no ouvido de qualquer pessoa que se dê ao trabalho de me ouvir.
A diferença entre mim e eles é que, aparentemente, eles estão achando isso bom.
De qualquer modo, o mercado está ficando cada vez mais nerd. Or so they say.
Wednesday, September 28, 2005
nerdice aguda patrocinada pela mídia
Na lista dos melhores seriados de Sci-Fi (presumivelmente) de todos os tempos entraram alguns óbvios e outros nem tanto.
Claro, como o Leituras do Dia já colocou, qualquer lista que coloque Star Trek em primeiro lugar é uma lista muito fajuta. Mas não consigo pensar em um bom primeiro lugar.
Pelo menos a lista abre com um respeitoso 50 lugar para Earth: Final Conflict. Tivesse um pouquinho mais de cuidado com o roteiro, essa série seria o verdadeiro legado de Gene Rodenberry ao mundo, de tão legal que é a premissa original.
Obviamente algumas séries nunca nem passaram na minha frente. Wild Wild West é uma delas. Eu só vo o filme, meio-bom/meio-ruim, com o Will Smith e o Kevin Kline. Aparentemente a série original tinha o Jaws, do James Bond, no elenco. Bom motivo para assistir.
Outras eu assisti, mas queria ver de novo. Não entendo como não passam com mais frequência na TV, obrigando todo mundo a assistir merdas como Barrados no Baile ou Felicity. Bucky Rogers, Logan's Run, V, todos esses nunca mais (até onde eu sei) foram exibidos em horários aceitáveis.
Deveriam ser.
De qualquer modo, não vi Smallville, Brimstone ou Strangeluck (será que só eu gostava dessa série?) ali.
Mas a lista é honesta.
Saturday, September 17, 2005
# 3 - Frankenstein
Clássico do romance científico. Criatura construída a partir de cadáveres rebela-se contra seu criador, exterminando um a um seus entes queridos. Considerado o primeiro romance de ficção científica, questiona o papel e a responsabilidade da ciência.
Não li. Não lerei. Chato.
E, sinceramente, vou adiantar: em nenhum momento desta lista aparece um livro que seja do Júlio Verne. Não dá para aguentar uma lista de melhores livros de ficção científica que não contenha um livro do francesão inventarioso. Meu background de estudante de colégio francês simplesmente EXIGE essa presença. Malditos.
De qualquer forma, Frankenstein é original. Até certo ponto. Tenho certeza que existe alguma lenda grega sobre algum herói que tem partes de seu corpo provenientes de outros lugares. Mas fiquei com preguiça de pesquisar.
Não, esquece. Eu vi isso em um episódio de Superamigos. Aquele em que o Batman vira um monstro do lixo. É um dos melhores. Junto com aquele em que o Aquaman se involui e toma a forma de um tubarão mesozóico. Daí um dos heróis (algo me diz que era o Eléktron, mas eu posso estar enganado) entra em uma mini-nave e salva o dia com algum tipo de cura miraculosa. Que desenho legal que era aquele.
# 2 - O Médico e o Monstro
Clássico do romance científico vitoriano. Devido a uma experiência, médico transforma-se em psicopata furioso de aparência hedionda, no caso de dupla personalidade mais famoso da ficção.
Romance científico my ass.
É bom, mas tá mais para um tratado de moral do que para ficção científica; e eu vou ser obrigado a dizer que a minha visão de sci-fi foi moldada pelos filmes que adaptaram as obras e não as obras em si. É a única explicação plausível.
Mas algumas coisas do livro são excepcionalmente interessantes, como as mudanças de tamanho das personas do protagonista, que começam a se inverter à medida que ele as usa. (Na minha cabeça, Mr. Hyde sempre foi uma criatura imensa. Não um diabólico homenzinho.)
E isso sem falar que acabou se tornando um padrão literário na hora de falar de duplas personalidades. Mais ou menos como Édipo quando se quer falar de tara pela mãe.
(heheheheh. Acabei de imaginar todos os pervertidos que vão aparecer aqui se desapontando muito.)
Wednesday, September 14, 2005
#1 - O Homem do Castelo Alto
História alternativa. As potências do Eixo venceram a Segunda Guerra. A Costa Oeste dos EUA foi ocupada pelos japoneses e a Nova Inglaterra pelos nazistas. Nesse cenário insólito, um autor escreve um romance de história alternativa no qual os aliados venceram a guerra.
Hummm. Tudo verdade. Nada ousado hein. Sem opinião de verdade. Lendo assim pode-se ter a impressão de ser um livro dinâmico, coisa que a história não é. Na verdade, eu ainda vou ler os outros livros famosos do K. Dick. Algo me diz que, muito provavelmente, Blade Runner e Total Recall não têm nem a metade da adrenalina que os filmes tiveram. (Sim eu sei. "Blade Runner e adrenalina são palavras que não combinam. Leiam este livro e mudem de idéia.)
Mas O Homem do Castelo Alto é bastante interessante, e não apenas por tratar de um tema muito comum à ficção-científica - uchronias - mas por trazer uma série de análises sobre cultura e aculturamento.
No livro os imigrantes japoneses que vivem na Costa Oeste parecem gostar bastante de Pop Art americana, comprando relógios de pulso do Mickey Mouse e quadros que na verdade são gravuras de desenhos animados. Um dos protagonistas do livro é um homem que lida com esse tipo de material. Um antiquário.
Há um lado místico também, com o uso do I Ching como ferramenta de detecção de realidades alternativas. No caso, realidade alternativa é a nossa. Um site que se propõe a condensar resumos de livros explicou o mote da história:
"Os malvados perdem mesmo quando ganham".
É mais ou menos isso.
Tuesday, September 13, 2005
do motivo primeiro
Há alguns anos atrás (2001, mais precisamente) a revista Sci-Fi News (1) publicou uma edição especial em que listava os 50 melhores produtos da sua área específica de análise.
Os 50 melhores episódios de Star Trek - coisa que eu achei uma idiotice completa, e eu actually (2) gosto de Star Trek -, os 50 melhores desenhos animados, os 50 melhores filmes de ficção-científica de todos os tempos. E por aí vai.
Era uma edição comemorativa de, hum, 50 edições e pareceu pertinente. Eu gostei. Eu gosto bastante de listas.
Também havia uma lista contendo os 50 melhores livros de ficção-científica (e fantasia) de todos os tempos. Uau, livros.
Na época eu pensei: "bah (3), ia ser muito legal poder comentar o comentário".
Era a minha idéia original quando eu criei o blog. Aparentemente, a preguiça e a vontade de publicar imagens engraçadas destruiu o sonho. Até hoje.
Por isso vou dar continuidade a um projeto que nunca nasceu. A idéia é comentar o comentário de livros que eu já li. Óbvio. Comentar livros que não leu é coisa que meu pais faz. (Mas ele tem uma técnica especial e nunca erra).
E isso esbarra em dois problemas: que a lista se refere apenas a livros publicados em português, e que nem todos eu li. Então todo esse esforço é apenas mais uma desculpa esfarrapada minha para ler mais e mais livros.
Notas:
(1) Eu ia botar um hyperlink ali. Desisti. A partir de agora links serão mais e mais escassos.
(2) Sim, o leitor perspicaz já se apercebeu que expressões idiomáticas em línguas que não a nossa se multiplicam em ritmo acelerado. Damn. Isso é reflexo da minha tentativa de fazer um blog mais parecido com o do Soaressilva.
(3) Nessa época eu já tinha adquirido meu novíssimo sotaque gaúcho. O bah procede e não é de maneira alguma anacrônico.
(4) Notas de rodapé são deliciosas.
(5) Sim, eu me contradisse na nota 2. Quem nunca se contradiz é idiota.
ah, sim
1. Aos meus três leitores: é claro que aquela coisa de me dirigir ao imbecil bibliófilo no post anterior eu obviamente não estava querendo inferir que vocês cometem tal tipo de ato.
Foi uma coisa assim meio metalinguística (já soou errado aqui, mas foi), tipo quebrar a quarta barreira, sei lá. Esse tipo de coisa.
2. Não é por causa da rabugice e da reclamação mas o post anterior meio que me lembrou todo o porquê de eu começar essa tal de blog. Havia uma idéia inicial, afinal. E lembrei dela hoje.
Mais por vir.
gore
As pessoas deveriam ser proibidas de escrever em livros públicos.
É o tipo de coisa que mulheres fazem. Mas deveria ser punido com a morte para pessoas que fazem isso em livros emprestados de biblioteca. Eu já abomino quem escreve em livros em geral (com exceção da Bíblia, que nasceu para ser rabiscada com notas de rodapé) mas daí se chegou a um extremo da falta de civilidade.
No exemplar de A Era Dourada, do sr. Gore Vidal, que tenho em mãos, há passagens inteiras sublinhadas. A lápis. Às vezes sugerindo um tipo meticuloso de busca por alguma verdade. Às vezes sem motivo aparente nenhum. De qualquer modo, são traços tortos, que fazem com que as partes sublinhadas fiquem ainda mais feias.
E o pior: influenciam a leitura da maneira mais idiota possível. Exemplos:
"... o público gostava mais de ver gente bonita, belas casas e um mistério sombrio como pano de fundo..."
"... a frase que obviamente achava que repercutiria historicamente por toda a eternidade..."
"... "Prefiro ter razão a ser presidente"..."
Ali pela página 67 a coisa parou. Eu pensei: - Certamente o idiota não aguentou ler até o final.
Mas há uma grande passagem sublinhada na página 112. O que indica que a pessoa passou a ler com folheadas cada vez mais largas, fazendo com que suas anotações fossem muito mais compactas. Grandes e compactas.
Até agora, este foi o último suspiro. Mas o pior mesmo é ficar se perguntando enquanto lê qual era afinal o propósito da pesquisa. E porque parou? O que será que o imbecil bibliófilo não encontrou em um livro tão bom?
Deus do céu, morte a quem escreve em livros públicos.
E se escreverem, se forem obrigados a escrever, coloquem um adendo, um índez, uma explicação, uma carta aos futuros leitores.
Porque eu PRECISO saber porque diabos você estava anotando.
Wednesday, July 20, 2005
downloads estranhos do mês
. Sandbaggers. Primeiro episódio da primeira temporada.
. Morning Musume - Girl's Psychology - power j-pop. (devo estar rejuvenescendo).
. Um arquivo muito estranho da banda Ludov. (músicas e matérias da TV gravados diretamente da tela. aparece o cara aumentando o volume do Jornal MTV).
. How To Talk Dirty and Influence People - A autobiografia de Lenny Bruce. e-book.
. Dragons of Summer Flame - audiobook, parte 1 de 8. Engraçadíssimo, tem uma locutora com a voz da Angela Lansbury. (só que com sotaque inglês.)
. Big Numbers #2 , de Alan Moore e Bill Sienkiewickz. "É sobre fractais". Ainda não tive coragem de visualizar.
leitura diária
Por sinal, vão ler a Nova Corja.
Revolution number 9
hahahahahah. Gostaria de ver isso implementado em todos os lugares do mundo.
Friday, July 01, 2005
stars, my destination.
Nesta página tem-se uma incursão por aparições do planeta na literatura ao longo dos anos. Bom.
The Martian Tales, do Burroughs me parece o mais interessante. Mesmo sem ter lido. Talvez seja culpa do Alan Moore. Tenho três histórias no computador. Lerei.
As histórias de Edgar burroughs podem ser lidas aqui.
Thursday, June 30, 2005
pouco provável.
Primeiro: o texto é preconceituoso. Para variar. Por que será que mesmo quando querem escrever algo remotamente parecido com um elogio acabam cagando tudo com comentários irônicos?
Segundo: Y:The Last Man é uma revista muito boa. Nuff said.
Terceiro: hah. Dúvido muito. É mais provável que os blogs tomem o lugar dos romances. Especialmente depois que começaram a publicar - publicar - blogs famosos. Qual é o problema com esse pessoal? Sério.
Quarto: preciso ler Jimmy Corrigan, the smartest kid on earth. Parece bom.
Quinto: eu disse que o texto era preconceituoso. Talvez não seja. Não li tudo. Fiquei com preguiça depois do vigésimo parágrafo.
ritmo.
Ritmo é tudo, pensando bem. Em qualquer narrativa. Mas especialmente em quadrinhos, que dependem muito mais da interação do espectador. Scott McLoud diz que aquele espaço fino entre um quadrinho e outro, que seria o escrúpulo do cinema, é o fator mais importante da arte sequencial. É o espaço em que o olho do leitor pode divagar. Divagar não é bom. Pelo menos não durante a leitura.
Nesse artigo não exatamente recente sobre o assunto, o autor traz uma história do pacing nas HQs, e comenta uma tendência mais ou menos recente no meio: a descompressão narrativa.
Decompressed storytelling é quando um autor alonga a narrativa, trazendo mais elementos, enriquecendo diálogos e fazendo com que a história flua de maneira mais lenta. A cadência da história muda. Enquanto isso permite que as histórias sejam criadas com mais realismo, e - porra, se não é o que todo mundo quer - mais informação, há alguns grupos que clamam que isso é mero engodo, que as histórias teriam momentos desnecessários e que o leitor seria ludibriado e comprar revistas que nunca acabam.
Expoentes dessa técnica são Brian Bendis, Garth Ennis e Greg Rucka. Todos bons. Todos com livros que eu leio e acompanho. Nas histórias deles, a decompression technique funciona que é uma maravilha. Mas mesmo Brian Bendis não escapa da obrigação de colocar recaps (páginas explanatórias) no começo de cada edição. Ultimate Spider-Man e Daredevil são exemplos. Garth Ennis não precisava em Preacher, mas isso é uma combinação rara de escritor/artista/personagem. As histórias do Starman da DC, escritas pelo James Robinson necessitavam às vezes de até três páginas de recaps, e isso fez com que a Wizard desse uma nota ruim ao título. O problema não é ter uma narrativa lenta. O problema é obrigar o leitor a empilhar seis números antigos e reler as histórias para se ambientar.
De qualquer modo, a técnica da decompression é uma das mais utlizadas hoje em dia. No texto, o autor credita a Frank Miller (Ronin) e Mike Grell (Warlord) o pioneirismo disso na década de 80. O engraçado é que eu lia Superamigos na década de 80 e sempre pulava as histórias do Warlord. Eram chatas, tinham muitos painéis por página e tudo demorava para acontecer. Agora, Daredevil e Queen and Country estão entre meus livros favoritos. Sabedoria.
Ao mesmo tempo, Warren Ellis chuta o balde e muda todo o status quo. Se em Planetary ele já escrevia histórias auto-contidas, que faziam parte de uma grande trama mas podiam ser lidas individualmente, ele vai lançar em setembro uma série que promete trazer histórias de 17 páginas em que tudo se resolve em um número apenas. O nome é Fell. Histórias assim me parecem mais complicadas de fazer. Mas isso é porque eu gosto muito mais de romances do que de contos. Minha idéia de paraíso é uma biblioteca com milhares de bons e inéditos livros com mil páginas cada.
E pensando bem, Ulisses de Joyce foi um romance que levou a decompression à décima potência. "Ei. Que tal se eu contar o que acontece em um dia e fazer isso em 922 páginas?".
Mas pensando bem pela segunda vez, The Ultimate Decompressed Novel é a Bíblia. Tudo aquilo para fazer uma árvore genealógica. De Adão a Jesus em alguns vários versículos.
aye aye sir.
Mestre dos Mares, excelente filme baseado na excelente série de romances de Patrick O'Brian, dirgido por Peter Weir e estrelado por Russel Crowe era meu grande favorito no Oscar retrasado. Mas não levou melhor filme, apesar das dez indicações. Acho que só levou Direção de Arte. Ou Fotografia. Ou Edição de Som.
(Antes que fãs ensandecidos do Senhor dos Anéis façam rituais necromânticos contra a minha pessoa: fiquei feliz com a vitória do Anel. Vitória nerd total. Revanche e tal. Mas aquele de Melhor Canção era indevido. Completamente indevido.)
De qualquer modo, aguardo a sequência. Aubrey e Maturin rules. E eu quero ver se a parte de espionagem da série deslancha. Trilha sonora decente também. Sugiro download do medley do final, com violino e violoncelo tocados de maneira irreverente.
Update: Fotografia e Edição de Som. Confirmados.
Wednesday, June 22, 2005
mundo geek
Normalmente os computadores me odeiam. Somado a isso, HTML parece chinês para mim. Mas recentemente comecei a tentar mudar isso. Claro, um computador mais possante pode ajudar, mas é muito mais uma questão de iniciativa.
O Stumble Upon já é uma coisa meio 2004, mas só este ano que começou a bombar significantemente. Ainda não entendi como essa ferramenta é pouco utilizada - ou mesmo conhecida - por mais pessoas. Pelo menos seres que eu conheça pessoalmente.
O del.icio.us ainda é uma incógnita. Me associei apenas pela experiência da coisa. Ainda me parece um SU sem maiores vantagens.
O Trillian ,por outro lado, tem sido uma surpresa mais do que agradável. Sempre ouvi falar, mas nunca me animei. Mas a idéia de poder utilizar - ao mesmo tempo - AIM, ICQ, YahooMessenger e MSN foi demais para mim.
(Pode-se até questionar: Mas você NÃO tem identidades no AIM e NEM no YahooMessenger. Não tinha cara-pálida, não tinha.)
O blog é mais ou menos como a junção de tudo isso. Sempre quis ter e tinha vergonha/preguiça de criar. Que se foda. Quem sabe o livro não saia um dia.
No mais: utilizando Firefox, Picasa, Hello e pensando seriamente em deletar a conta do Orkut.
Mas ainda não entendi como funciona o BitTorrent.
E quem estou tentando enganar? Só criei contas no AOL e no Yahoo Messengers depois que eu descobri que Magrolima já estava em uso no Yahoo. Assim como o nick Marco Lazzarotto. Porra, malditos italianos. Isso leva a crer que aderirei a qualquer bagaça que possa ser criada na rede, só para poder criar um domínio nominal. Hah.
Tuesday, June 21, 2005
é o fim. é o fim.
Depois do gato de duas cabeças, do cão de seis patas (e dois pênis) e da tartaruga de duas cabeças há novas notícias: ratos causam problemas sérios e param cidade na Nova Zelância e morcegos atacam e matam (eu disse matam) 14 pessoas no Pará.
Puta que pariu. Onde eu já vi isso? Ah sim. Homem Animal, por Grant Morrison.
É o fim. Não falta muito e o Fera Bwana irá transformar todos esses animais em criaturas hediondas que irão tentar dominar a terra. Eu dou um tiro na cabeça no momento que vir a barata/homem gigantes.
livro novo
"The question of whether a computer can think is no more interesting than the question of whether a submarine can swim."
Por isso é o primeiro da lista, depois que acabar de ler Os Eleitos, do Tom Wolfe. Os Eleitos é por sinal, o livro que demorei mais para ler de todos os tempos, atrás apenas do Mundo de Sofia. Segundo meu irmão, isto é porque o livro é chato. Não, não é. Ele é bom, aquele que é chato. Foi um semestre complicado só. A média de um por semana deve ruir.
Seguindo nesta linha, os próximos posts devem trazer definições sobre o real por quê de ter começado um blog, postagem continuada de páginas de hqs que só eu gosto e comentários afins.
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Por sinal, vocês sabiam que os primeiros astronautas recebiam termômetros enfiados reto adentro para checagem de temperatura? Pois é, nem eu. Será que ainda é assim? Se for, terei de repensar minha All Time Top 5 Favorite Jobs Ever List.
Tuesday, June 14, 2005
bagunça ali embaixo
Não é que eu não me preocupe em consertar, é que eu não sei mesmo.
Monday, June 13, 2005
Howard Chaykin é daqueles quadrinistas que imprimem seu estilo em praticamente tudo que fazem. Às vezes isso pode ser um problema. A imagem acima pode parecer American Flagg, mas na verdade é parte de uma mini-série feita por Chaykin sobre os Desafiadores do Desconhecido. (Grande-pequeno quadrinho semi-desconhecido com grandes possibilidades criativas que nunca foram aproveitadas.)
tv
Se continuar assim vou continuar assistindo televisão. Que merda.
Friday, June 10, 2005
prego na cuca
(E isso dá o que dizer a ele: sai da internet e vai escrever HQs decentes seu maldito bêbado careca!)
Duas coisas interessantes em menos de 24 horas:
1. A notícia de que, na Rússia, um cara de 37 anos conseguiu meter um prego na própria cabeça. Com um martelo. No coco. Sozinho. Até o fim (do prego).
Deus do céu. Que bizarro. O site é de Moscou, mas a notícia está em inglês, ou seja, é legível. O mais engraçado é que ele diz ter feito isso porque simplesmente ouviu uma voz que disse: "Take a hammer and do it".
2. Alguns posts antes desse, mr. Ellis recomenda um livro de ficção científica escrito por um amigo seu, Charles Stross. O livro é um lançamento (não consta nem no catálogo da Cultura ainda) mas pode ser visto na Amazon e no próprio site do escritor/livro. O nome da obra é Accelerando (não, não é uma tradução) e, aparentemente, trata de singularidade tecnológica. Pesquisando um pouco - Wikipedia, se é que isso pode ser chamado de pesquisa - pode-se descubrir que uma Singularidade Tecnológica é quando os avanços tecnológicos de uma sociedade estão além da capacidade da mesma de entendê-los. Mais ou menos como uma Singularidade Matemática, que tende a chegar ao infinito.
Na verdade, não se sabe ainda se pode existir - ou quando existirá - a Singularidade. Em qualquer lugar que li, sempre se aventa o caso das I.A.s (Inteligências Artificiais) serem a causa do provável evento.
Eu já acho que a Singularidade Tecnológica já chegou. E foi ali pela década de 50, com a TV.
Links de interesse:
Entrada do assunto na Wikipedia.
Um guia grosseiro (hah, tradução com piada) do próprio autor sobre singularidade.
Uma matéria da Wired sobre o futuro e como nós não seremos necessários nele.
Era isso.
Tuesday, June 07, 2005
clonagem e notebooks
O motivo: entrei na PUC pelo lado do Prédio 40. Subindo as escadas, vi a mais nova edição do Fórum do Software Livre.
Daí eu pensei: hey, o meu amigo Ducho, o Catarina, está na cidade. Ele avisou que vinha. Devia ser por isto. SÓ pode ser por isto. O cara é um computer geek. Mesmo que ele não tenha dito com todas as letras que vinha para o Fórum meu cérebro pulsava nas terminações nervosas a informação de que, se eu subisse a escada, me encontraria com meu amigo. (Que por sinal, eu não vejo há um tempão).
Porra nenhuma. Todos. Eu disse todos. Prestem atenção: TODOS os caras lá eram exatamente iguais ao Ducho. Iguais. Todos eles eram cabeludos, barbudos, de calças xadrez e com um notebook a tiracolo. (Sim eu sei, era um Fórum de computer geeks, é óbvio que eles têm notebooks, mas porra!)
Não achei ele. Devia estar na Lancheria do Parque. Mas aquela comoção toda me lembrou das épocas em que eu ia nas Bienais de HQ no Rio. Deu saudade da época, mas também me lembrou do porquê de ter parado: caras muito parecidos comigo mesmo e nenhuma mulher.
malditos franceses
Segundo o jornalista a Geração de 30 ainda domina o cenário literário, e ele escreve uma análise que tenta explicar a exposição de três autores que juntos somam 220 anos: Tom Wolfe, John Updike e Philip Roth. A pífia cobertura da mídia em relação aos lançamentos dos dois primeiros e o interesse de George W. Bush para com o primeiro parece ser prova mais do que evidente que a literatura norte-americana está ruindo. Isso vindo de um jornalista de um país que não tem mais ficcionistas, só filósofos. Ou Lolita Pille. Não sei o que é pior.
Mesmo com 72 anos, prefiro ler Philip Roth em qualquer momento antes de ter que ler qualquer escritor francês do Século XX. Nada contra a literatura francesa, mas tudo tem limites.
(Peço desculpas aos leitores que não saibam francês. Mas acreditem em mim, tudo foi escrito exatamente como eu relatei. Ou não.)
international booker
O primeiro ganhador foi Ismail Kadaré. A premiação é pelo conjunto da obra, por isso não há um livro a se relacionar com a vitória. O primeiro livro de Kadaré é The General of the Dead Army (que eu fiquei com preguiça de conferir como ficou traduzido). O único livro que eu tenho dele é o Abril Despedaçado (comprei em banca de jornais e nunca li, ainda).
A lista de indicações pode ser vista aqui. Prováveis futuros ganhadores de Nobel por ali.
A cortesia do link é da Bookslut. Como já está ficando chato, mudarei o tom daqui em diante.
mais de HQ
Bom, de qualquer modo hoje eu me deparo com uma nova lista de HQs Essenciais que alguém recomenda para você.
O artigo saiu no site da ReadYourself, e é uma lista de sugestões de Nick Abadzis, escritor, qaudrinista e ilustrador.
Se antes eu só tinha lido 40 (que por sinal pulou para 45) agora eu descubro que sou burro mesmo em matéria de HQ. A maioria da lista é de material independente. E tem alguns títulos conhecidos, como Peanuts, Dan Clowes, Crumb, Hergé (e seu Tintin), os irmãos Hernandez, Peter Milligan (que já escreveu até o Batman e a nova X-Force), Joe Sacco, Marjane Satrapi e, é claro, Alan Moore (com um trabalho dele que eu NUNCA ouvi falar e o conhecido V de vingança).
Desconheço totalmente TODOS os outros. (Tá, tudo bem, alguns eu conheço de nome, como Chester Brown, mas essa é a idéia.)
Daí eu penso: EU que não conheço as boas HQs independentes que saem por aí ou será que HQs independentes não são publicadas no Brasil, ponto?
Assim que eu terminar de baixar Whiteout (do Greg Rucka), The Ultimates vol.1 completo e o livro 2 do Miracleman o E-mule trabalhará feito um louco para me botar a par. Começarei por Jessica Abel e seu Artbabe, Dylan Horrocks e o realismo mágico (uhngh, perigo Will Robinson, perigo) de Hicksville e The Bojeffries Saga, de Alan Moore.
Escreverei sobre a experiência.
p.s. É claro que eu não encontrei esse link sozinho. A graça está em como eu fiz. Ao mesmo tempo que abri o blog da Bookslut eu abri o blog Leituras do Dia. O mesmo link estava nas duas. Ao mesmo tempo. Não posso nem dizer que foi cortesia de um ou de outro. Sincronicidade pegando or aqui. Jung ficaria orgulhoso.
Monday, June 06, 2005
tortura já
Leiam a Nova Corja. Além das colunas do Mainardi sempre tem coisas impagáveis do submundo de Brasília.
Saturday, June 04, 2005
eco
O Eco é genial. O Nome da Rosa deve estar entre os cinco melhores livros que eu já li. (Mas estranhamente, nunca li o Pêndulo. Vai entender.)
O engraçado mesmo é que, quando eu penso em Umberto Eco eu me lembro mais que ele é um fã de Peanuts. É a coisa mais marcante do Apocalípticos e Integrados na minha memória.
Wednesday, June 01, 2005
mais uma de Vowell
Mas o que eu realmente não entendo é como essa mulher ainda não foi publicada aqui. Talvez isso mude, David Sedaris já tem livro traduzido (e pelo que eu percebi domingo passado na Livraria Cultura, está sendo bem recebido) e pode ser que haja um boom neste sentido. Depois dos livros religiosos-científicos, os livros de comédia familiar-acadêmica com um toque de humor negro podem vir a ser a próxima grande onda. (Ah, o que eu estou falando?)
Nesta entrevista, Sarah Vowell fala sobre seu último livro - Assassination Vacation - e outras coisas. E como disse um crítico: "Any writer who can put James A. Garfield and Lou Reed in the same sentence leaves me in slack-jawed awe".
repeteco
E porra, quem considera crime uma merda dessas? Eu bem que queria ter tido uma festa assim no passado. McDonald´s Party my ass...
Sunday, May 29, 2005
criação
Acessível e engraçado, se você estiver no clima. Se não estiver, é só triste.
(link via blog da Bookslut)
coisas de cultura
Só porque a Penguin Books fez 70 anos.
E com isso, lança 70 livros (micro-livros, na verdade, como no máximo 50 páginas) com uma diversidade autoral impressionante. Cada livro custa £1,50 (mais ou menos R$8,50).
O que conta mesmo é a oferta. Tem de tudo, desde Virginia Woolf até Franz Kafka, passando por Gabriel Garcia Marquez, George Orwell, Jorge Luis Borge e Nick Hornby.
Comprei dois: um do Alain de Botton (chamado On Seeing and Noticing), escritor suíço da pseudo-auto-ajuda-com-cérebro, que eu comprei devido a certos traços de humor na sua escrita. E eu faço qualquer coisa por humor. E também comprei o livro The Unabridged Pocket Book Of Lightining, do sr. Jonathan Safran Foer.
O pequeno livro traz um prefácio do autor, um pequeno conto experimentalista sobre relações familiares e os sinais que são utilizados (com um uso nada convencional de sinais gráficos no livro para fazer a explicação) E três capítulos do, na época, próximo livro a ser lançado dele: Extremely Loud and Incredibly Close. Eu já tinha visto o livro (este, não aquele) na livraria e já tinha me interessado antes. A capa é extremamente interessante, e me lembrou de desenhos de Jim Steranko na hora. Li a contracapa e quis levar. O preço me impediu naquela hora, apesar de não estar exatamente caro, para um livro importado. (O engraçado é que Daniel Galera já tinha escrito algo assim em seu blog)
Mas os três capítulos de prévia neste livrinho da Penguin me fez pensar que é imprescindível que eu leia esse livro, e logo. Excelente capítulo de abertura.
2. Nesse teste, pode-se descobrir se os conhecimentos cinematográficos e culturais estão em dia. A pegadinha é que deve-se discernir as celebridades normais das celebridades pornô. It´s the Porn-a-like Quiz.
3. Alan Moore é um gênio completo. Li todos os 12 números da série Top Ten, do seu selo America´s Best Comics, e posso dizer que é um The Shield meets Legion of Super-Heroes. Recomendo fortemente. Pena que não sai no Brasil. E mesmo que saísse, nem sei porque escrevo essas merdas aqui. Meus dois leitores não são exatamente fãs de HQ´s.
4. Mesmo assim, devo dizer que a revista especializada em quadrinhos Wizard lançou uma edição especial ordenando os 100 melhores TPB´s (encadernações) de quadrinhos de todos os tempos. Destes 100 eu li 40. E vocês me achavam um comic geek. (Não Tati, Gerações não entrou. Mas a primeira mini-série da Morte sim.)
Sunday, May 22, 2005
morte e tal
Para mim, a melhor história é a do Napoleão. Que coisa mais engraçada aquela, e que me perdoem todos os turco-descendentes.
[cortesia do link: Filisteu.]
Quick: esta foi só para você ver que, sim, eu posto em finais de semana.
Friday, May 20, 2005
qual é o seu super-poder?
[certamente é uma coisa fajuta e mal preparada. o meu deu super-força. hah.]
previsão de futuro
Depois de ler a matéria sinto que estou brincando com a morte.Talvez eu rearrange as coisas.
E certamente farei um testamento. Ah, o pavor de ver uma coleção inteira jogada no lixo.
[o link para o artigo foi encontrado no blog da Bookslut]
star wars memorabilia (ou quase)
Mas daí se topa com isso na rede. E não se pode ignorar esse tipo de coisa.
E não se fala de Espisódio III por enquanto. Verei daqui a exatos 4 meses, quando as filas sumirem e todo mundo parar de cantarolar a marcha imperial.
Thursday, May 19, 2005
o mundo da ficção científica
Eu fui ver a tal lista. Mas já esperando não conhecer nenhum dos títulos ou escritores, visto que eu estou cada vez mais parecido com o protagonista do Alta Fidelidade que não acompanha mais com tanto fervor as novas safras de músicos e as novas informações que insistem em pipocar mês a mês, ano a ano, década a década. Estagnei em um ponto em que, para mim, autor de ficção científica é Asimov, Bradbury, Hubbard ou - pasmem, o já idoso - Gibson.
Mas eu consegui reconhecer não um, não dois, mas vários dos autores. (O que significa que: ou eu não estou tão largado assim (o que é bom) ou os autores não estão se renovando (o que é ruim).
De qualquer modo, foi uma coisa boa ver a autora Susanna Clarke na lista de indicados por melhor romance de estréia - o especialmente atraente Jonathan Strange and Mr. Morrell - e alguns conhecidos por ali (Terry Pratchett, Gene Wolfe, o próprio Neil Gaiman, Stephen King)
Ah, e Neal Stephenson, com um volume do seu Baroque Cycle. Nunca li nada dele, mas Snowcrash e The Diamond Age estão na minha lista de livros a comprar quando eu voltar a comprar livros.
(Na lista de indicados também estão as melhores revistas do ramo. A Locus não disputa. A Asimov´s Magazine está lá. Eu comprava religiosamente a edição brasileira da Isaac Asimov Magazine quando a Record a publicava lá pelos idos de 1993. Foi cancelada e não vale nem a pena discutir o porquê. Era boa. Tinhas altos e baixos, mas era boa.)
Tuesday, May 17, 2005
Monday, May 16, 2005
erogs
Supostamente criado no Japão, o termo Erog é uma mistura de Blog e Erotica - sem a letra 'L', que inexiste no alfabeto japonês - e traduz uma tendência mundial: eroticismo pessoal na rede de computadores.
Teoricamente, é um novo tipo de tendência. Para mim, é putaria das antigas em espaços com formato de blog. Grandes coisas.
De qualquer modo, há uma matéria para ser lida aqui. E também existe um mecanismo de busca - o erogsearch - para se encontrar os tais Erogs. (Boa sorte se você não entende japonês).
O interessante é a pergunta que algum comentador de blog levantou: se uma menina de 14 anos conseguir uma câmera digital, conexão à internet sem supervisão, tiver um faro precoce para o sexo e decidir postar fotos suas em poses pouco puritanas, quem é que vai ser preso por pedofilia e pornografia infantil?
Thursday, May 12, 2005
fim do mundo
Futurólogo prevê o fim da leitura e da escrita em até 45 anos.
Para quem tem preguiça de ler - ainda mais em inglês - aqui vai um trecho:
He points to the phonograph, telephone, television, video, movies, and instant and text messaging lingo as proof of our culture's unconscious rebellion against text.Triste e bizarro.
[o link é cortesia do blog do site Bookslut, que já pensa em se transformar em revista sobre badminton.]
Tuesday, May 10, 2005
os sete argumentos básicos
Mas para este autor, todas as três pertencem a um tipo de argumento literário comum. E esse argumento faz parte de um grupo de apenas sete.
1. Sobrepujando o monstro (os três já mencionados)
2. Dos trapos à riqueza (Cinderella, David Copperfield)
3. A Busca (a Odisséia)
4. Viagem e Retorno (Robinson Crusoé, Alice no País das Maravilhas e A Máquina do Tempo)
5. Comédia
6. Tragédia
7. Renascimento (Branca de Neve, Um Conto de Natal e Crime e Castigo)
Inesperadamente, o autor adiciona ainda duas novas divisões: Rebelião (1984) e Mistério (histórias detetivescas), criadas mais recentemente na história ficcional humana.
Interessante. E isto no mesmo dia em que decido que existem apenas quinze tipos de rosto no universo inteiro.
eu já sabia
o império google
De qualquer modo, ainda espero ansiosamente pelo Google Messenger.
a blogosfera brasileira
Na verdade, o link para a matéria me apareceu quando lia o excelente blog Leituras do Dia, que compila links interessantes. Então não é como se os blogs informativos fossem completamente inexistentes. Mas pode-se compreender o raciocínio de Dória. Quase todos os blogs que se vê por aí são do tipo: "Queria mandar um abraçççaum pras minhas miguxas do coraçççaum Mi, Pri, Kel e Rel... Amu vcs guriiiaaas". Ou qualquer coisa desta natureza.
Alguns weblogs são interessantes, mas alguns são fenomenais. Pena que poucos são brasileiros. Mas também, excelentes blogs do tipo mesa de bar aparecem por aí, mas são segmentados ao extremo.
novo livro lido
Se for verdade - e vejam bem, li essa informação em uma entrevista do próprio autor - mal posso esperar para ver o resultado.
Li o livro e posso dizer que foi das coisas mais obscenamente engraçadas que já tive o prazer de ler. Recomendo fortemente. (Exceto para os fracos de espírito).
Próxima meta: arranjar uma cópia do livro U and I, do mesmo autor, que é um ensaio não-ficcional autobiográfico sobre seu amor literário por John Updike. Heh. Existem grandes possibilidades do sr. Baker virar um de meus autores favoritos.
Monday, May 09, 2005
dominar o mundo? só depois de Friends.
Há alguma conexão? Será que, ao contrário do que a turma de Frankfurt dizia, a massificação da cultura tem um efeito otimizante?
(p.s.: por sinal, não acho o link para o NYT, mas acreditem em mim, a matéria existe.)
this gig´s nae for bairns
Considerada a cidade mais literária do ano passado pela Unesco, Edimburgo recebe diversos turistas entusiastas das histórias de Irvine Welsh, que pagam 8£ por um tour pelas partes da cidade em que Mark Renton, Sick Boy, Spud e Begbie enlouqueciam na década de 80. (A saber: estações de trem repletas de viciados, bares pouco convidativos à famílias de bem, antros de traficantes, esse tipo de coisa).
Welsh não desaprova a iniciativa do guia, mas também não está pronto para endorsar.
Eu me pergunto no que isso é diferente daquelas viagens à Europa seguindo os caminhos descritos n´O Código da Vinci? Será que só porque um livro é bom pode-se fazer aventuras desta natureza?
Mas também, alguém tem que ganhar dinheiro com literatura. Mesmo que seja sem escrever.
(link via bookslut)
Saturday, May 07, 2005
back to the future
Mas o negócio engraçado da semana é que, nessas de criar configurações para um ordenador novo, senti meio que uma saudade dos tempos do RPG. Não do jogo em si. Mas sim de criar novos personagens. Sempre foi do que eu mais gostei.
Se eu fosse quadrinista, eu seria como Stan Lee.
Monday, April 25, 2005
vos digo
Em verdade vos digo: o Manhattan Connection de ontem foi a melhor amostra de programa decente dos últimos tempos. E teve a melhor discussão sobre como acertar de vez a questão equatoriana de todos os tempos. Mainardi Vs. Blinder.
Se o programa fosse ao vivo eu ficaria esperando por um infarto agudo no miocárdio do barbudo provocado pelo agitador-mor. Mas como não é, me contento com sua gagueira, sua vermelhidão facial e por sua irritação incontida.
Saturday, April 23, 2005
comediantes - criaturas engraçadas
Isso me lembra de começar aquele manifesto pelo início de uma tradição de stand-up comedy neste país tão necessitado de boa comédia.
Friday, April 22, 2005
meu amigo imaginário escreveu isso
O engraçado é que eu não lembro de ter tido um. Comecei a falar sozinho depois de velho mesmo.
[ origem do link: http://www.stormwerks.com/linked/ ]
Thursday, April 21, 2005
a arte de resenhar
Sacco é conhecido por seu estilo jornalístico documental de fazer HQ, e Daniel Clowes ficou mais conhecido no Brasil - na minha opinião - pela obra cheia de loucura e surrealismo Como uma Luva de Veludo Moldada em Ferro. A resenha é antiga, bem como o comentário de Chabon.
Chabon escreveu sua carta como uma reclamação sobre a imprecisão de algumas informações e análises do resenhista. A carta nunca foi publicada porque - o autor especula - era longa demais; mas lhe rendeu um convite para resenhar obras para o mesmo veículo. (Anotação mental: escrever mais cartas reclamantes.)
De qualquer modo, é sempre agradável ver - não apenas um, mas dois - autores de qualidade e renome (pelo menos no caso de Chabon) escrevendo sobre histórias em quadrinhos.
Wednesday, April 20, 2005
livros sobre livros
Dia desses morreu o Saul Bellow. Ele era um escritor canadense, mas que se radicou desde cedo nos Estados Unidos, de origem judaica e que escrevia sobre o cotidiano urbano de cidades, tendo como referência Chicago e Nova Iorque. Eu tentei ler um livro dele - "Henderson, o rei da chuva" - mas não terminei. Não me lembro porque. Acho que era emprestado. De qualquer modo, não posso opinar sobre a obra deste autor agraciado com o Nobel de literatura em 1976.
O que acontece é que na última Veja saiu uma matéria com um perfil dele, em que o escritor aparecia em uma foto, de chapéu. Não era exatamente uma foto recente, mas eu sempre me admiro com pessoas que usam chapéu. Não boina, não boné, mas chapéu. Parece uma coisa digna e sofisticada, que é como eu penso que o Bellow era. E isso me lembrou de uma vez em que eu estava em uma livraria e peguei o último livro dele para folhear.
"Ravelstein" é um livro sobre um escritor, pelo menos é o que dizia a contracapa, e eu realmente gosto de livros sobre escritores. São livros sobre livros na maioria das vezes, na verdade.
E isso tudo foi só para dizer como os livros sobre livros são interessantes. Talvez seja por isso que eu goste tanto de "As Piedosas", do Federico Andahazi. Todo aquele clima fictício em cima de fatos supostamente reais me faz pensar.
"Hollywood", do Bukowski, é outro caso de livro sobre o ato de escrever, e, apesar do Bukowski, traz uma história muiyo legal sobre um autor tentando transcrever sua obra para outro meio, no caso, o cinema.
Diversos outros livros trazem este tipo de ponto de vista, o autor como personagem. Ernest Hemingway escreveu "Paris é uma Festa" quando vivia em um estado de semi-miséria em Paris (obviamente) tentando fazer uma vida como escritor. "Fome", de outro ganhador do Nobel (Knut Hanson) também segue por esta mesma linha. ( Na verdade, Hansun praticamente criou a figura do escritor maldito, mulambento e esfomeado, sendo o antecessor de John Fante e Charles Bukowski, entre outros. Sim, mordam-se ao saber disso, estudantes de comunicação).
Eu, particularmente, gosto muito de Michael Chabon. Em "Garotos Incríveis", Chabon esmiuça com humor e qualidade como é o mercado editorial e a agonia criativa que um escritor pode ser obrigado a passar. Em "As Íncriveis Aventuras de Kavalier e Clay" - ganhador do Pulitzer de melhor ficção em2001 - ele aborda outro tipo de processo criativo, o quadrinístico.
Isso sem falar de "Fahrenheit 451", de Ray Bradbury. Um livro que critica a falta de cultura, a imbecilização frente à televisão e a censura tinha que ser bom. Mas foi melhor.
É. Os livros sobre livros são os melhores. Ou não. Veremos.
Tuesday, April 19, 2005
mais em opinião
O tom é cômico e superficial, mas também, o que não é nessa internet?
Pode-se ler aqui, mas transcrevo uma parte:
"A few days ago there were several editors of opinion pages and opinion writers on NPR to discuss this very topic. Each expressed how they would like to publish more women but the pool of writers isn't that deep. In other columns, female writers such as Maureen Dowd of the New York Times threw their own guesses as to why more women don't write about what they believe in. Dowd hypothesizes that many women writers don't want to express their opinions because as women they'll be more likely labeled a hysterical bitch.
In a way Dowd's words ring true. How many times have you heard, or been a part of a heated discussion where a woman was not only involved but dominating, only to have her ideas and passion dismissed
as a case of PMS? In how many classrooms of higher learning has a valid point of view been dismissed because it came from a woman? It happened to me as I was getting my undergraduate degree. "
Monday, April 18, 2005
Gaiman
(A temporalidade não é uma coisa muito importante neste momento).
O que interessa é que o roteiro é uma adaptação de Fermata, livro de Nicholson Baker que fala de um homem que tem o poder de parar o tempo para despir mulheres. Hah. Quão deliciosamente juvenil é isto.
Não li o livro, que está com a tradução (de 1994) esgotada. Mas a idéia parece fenomenal. E se eu não me engano muito o livro entrou na lista dos melhores livros lidos no ano de 2004 pelo diretor Jorge Furtado.
De qualquer forma, deve ser interessante ver Gaiman como roteirista. Mas alguém que alcançou excelência nos quadrinhos e na literatura TEM que dar certo no cinema.
Friday, April 15, 2005
as gentis
Procurando por informações referentes ao post anterior, topei com com uma certa srta. Michelle Malkin e seu blog bastante incisivo. Seu último post comenta uma coluna da articulista Maureen Dowd - do NY Times e, se não me engano, da New Yorker - em que MoDo discorre sobre o fato das mulheres terem medo de opinar sobre assuntos mais importantes.
Não leio as colunas de Maureen com frequência, mas já tinha ouvido falar dela e assisti ano passado a uma entrevista sua no Late Show with David Letterman. Ela me pareceu muito tímida, quase que patologicamente introspectiva. David Letterman disse: "Ela é tão inteligente que pode fazer parecer que eu sou burro". E foi assim que pareceu. Um de seus livros mais recentes é Bushworld e suas posições políticas parecem cair mais para o lado da esquerda (americana, diga-se de passagem). Isso explicaria a fúria com que Michelle Malkin - reconhecidamente uma right-winger - declama suas colocações em seu blog pessoal.
Em um post intitulado "Who needs Maureen Dowd?", Michelle tenta compreender porque a jornalista está preocupada com a falta (ou o pequeno número) de Op-Eds femininas.
Segundo Michelle, isso se deve ao fato de que Maureen se recusa a tomar como exemplo opiniões e relatos de escritoras e jornalistas tidas como republicanas - ou conservadoras -, como a própria Michelle. Em seguida dá uma lista de sugestões de alguns blogs coordenados por mulheres que - segundo ela - fariam melhor uso do espaço da sua coluna no NY Times.
Eu consegui ler duas, antes de começar a ficar com medo.
A primeira, the Anchoress, espicaça Maureen Dowd aqui pedindo que ela volte a amar o que faz (supostamente escrever) e que use seu útero (sim, eu sei) como instrumento de força interior. Meio exagerado, na minha opinião.
A segunda, La Shawn Barber, aborda um tema que já foi visto na rede (mas que eu não vou encontrar o link agora): a falta de diversidade na blogosfera. Ou, por que os blogueiros mais reconhecidos são homens brancos ? Mas não é essa a questão aqui. A questão é por que as mulheres não estão tão numericamente bem representadas na emissão de opinião.
Uma opção levantada nas discussões seria a de que as mulheres não aguentariam as críticas que vêm junto. Talvez. Ou talvez não estejam interessadas em expressar suas opiniões tão enfaticamente.
Mas mulheres como Maureen Dowd (que já tem mais de cinquenta anos), Michelle Malkin (que parece ser de ascencência oriental) e La Sahwn Barber (que é negra) tem algo a dizer. E dizem com ênfase e coragem, independentemente de estarem certas ou erradas.
p.s.1 Mencionei idade e origens raciais como maneira de deixar bem claro que talvez a homogeneidade da blogosfera não seja tão estática assim.
p.s.2 A menção do útero em um artigo endereçado a outra colega de letras pode ser a analogia feminina para o "se você tivesse colhões para isso..." dos homens. Posto assim, agora acho que todos somos exagerados.
Wednesday, April 13, 2005
who watches the watchmen ?
Incrivelmente, um veículo considerado ainda por muitos como algo sem substância conseguiu adquirir uma função interessante: se a imprensa vigia o Estado, o blog vigia a imprensa.
No Brasil, ainda não tinha se visto isso (pelo menos, eu ainda não tinha). Mas algumas semanas atrás, um blogueiro descobriu incríveis semelhanças entre uma entrevista com o cineasta Woody Allen publicada na revista Isto É e uma entrevista com o mesmo cineasta publicada no site da revista Suicide Girls. Ambas as entrevistas continham elementos que só eram diferentes devido a língua em que cada uma foi escrita.
Plágio! Foi gritado rapidamente, mas nos dias que se seguiram, outras quatro entrevistas do mesmo tipo foram descobertas na web. Quando perguntados, nem a revista Isto É e nem o jornalista (Osmar Freitas Jr.) deram explicações satisfatórias. (O jornalista responsável pela entrevista na Suicide Girls mais tarde admitiria que a entrevista tinha sido dada para mais de um jornalista).
Em um blog hospedado neste mesmo blogspot, o autor pediu retratações dos seus colegas mais inflamados. Sem sucesso.
"No entanto, acho que com o surgimento dessas novas entrevistas, o episódio deve
servir como um exemplo também para pessoas como o Francisco que, sem dar ao
jornalista a possibilidade de se retratar e sem pesquisar o que quer que fosse,
disse que a entrevista "não é 'talvez seja plágio', não é 'quem sabe é plágio' e
não é 'pode ser que seja plágio'. É plágio descarado"."
Erros não acontecem só aqui. Incensados por um sucesso momentâneo na arte de desmascarar a mídia mainstream os blogueiros atacaram outra vez. E erraram feio. Mas ao contrário de Dan Rather e os outros envolvidos no caso, não se retrataram nem pediram desculpas. Como Eric Boehlert comentou em um artigo na Salon: "they haven’t had the guts to apologize for their blunder".
Mas pedir desculpas para quem?
Com a liberdade e a independência que a internet provê aos usuários, qualquer pessoa pode escrever sobre o que bem entender. Mas são eles os novos jornalistas? Um veículo de informação formalizado tem a quem recorrer para obter recursos, mas também tem a quem prestar contas. Um weblog não tem nenhuma das duas. Essa é sua vantagem e sua maior fraqueza. Os blogueiros podem escrever com uma liberdade que jornalista nenhum tem, mas carecem de fontes mais fidedignas. Em um artigo escrito para a revista Slate, faz-se a grande pergunta: What can bloggers do that reporters can’t? E eu ouso responder: errar mais frequentemente.
"As many critics have remarked, blogs will never replace the mainstream media because without the mainstream media to feed on they can't exist. Blogs are parasites, they say."
Essa é uma verdade, os blogs ainda dependem enormemente do suporte de fontes primárias de informação. E por isso, podem estar sujeitos a mais erros.