Tuesday, March 27, 2007

sobre posts e continuações

Eu ia escrever alguma coisa sobre um livro que li, mas quando acessei o blogger percebi que faz exatamente um mês desde minha última postagem. Interessante isso. Pensei sinceramente em acabar com tudo aqui e destruir o meta-mundo, mas não acho necessário, nem válido, por sinal. Vamos escrevendo aos pouquinhos, bem espaçado, que fica melhor. É bem melhor quando o autor nem é tão bom.

Mas vamos ao livro. 2007 não tem sido o melhor ano para leituras pessoais, com coisas bem chatas - como trabalho, por exemplo - tomando o tempo que seria normalmente utilizado para coisas legais. Consegui ler uns livrinhos bem bons, incluindo a "biografia" do Saturday Night Live escrita por Tom Shales (mas isso é assunto pro Punchline. Isto é, se algum dia aquele blog deslanchar, e se eu e o Márcio concordarmos sobre quais assuntos podem ou não ser tratados no local. Pela piada eu acho que vale tudo, ele - pelos mesmos motivos - discorda), depois de uma viagem à Florianópolis em que eu comprei quatro livros consegui ler dois deles escritos pelo Al Franken - comediante do SNL e agora candidato ao senado dos EUA - : Mentiras e Por Que Não Eu? (muito bons, por sinal); e, mais recentemente, terminei de ler Spin, do Robert Charles Wilson.

Spin é ficção-científica, ganhador de prêmios (Hugo, em 2005) e um baita livrão. Antes que meus 2 leitores não-iconoclastas e não-nerds torçam seus narizes devo dizer: não encham o meu saco. E aceitem as minhas recomendações. Quando que eu os decepcionei? (Pessoas que não gostaram do filme do South Park e o meu irmão: podem baixar a mão).

Spin se passa alguns anos no futuro e traz o seguinte tema/mistério/pensamento: o que acontece quando uma membrana é colocada ao redor do planeta Terra, impedindo que as estrelas e a lua sejam vistas de noite, impedindo que asteróides, meteoros e aerolitos entrem na atmosfera, impedindo que o sol incida diretamente sobre as pessoas? E mais, o que acontece quando se descobre que a Terra tem seu tempo reduzido em relação ao resto do universo? Que cada minuto que se passa na Terra equivale a uns 5 mil anos no resto do Universo. Que dentro de uns 45, 50 anos, o sol se transformará em uma estrela mortal, que consumirá tudo. Como se comportariam os humanos?

O trio de personagens centraliza essas perguntas e respostas. Há a devoção religiosa-messiânica, o cientista obcecado pelo conhecimento - não por conseguir salvar a Terra, mas se possível saber POR QUE está acontecendo o que está acontecendo - e o narrador distante, sem envolvimento com o mundo ou com o universo, apenas profundamente envolvido com os outros dois.

A história é boa. Mas o que me chamou a atenção foi que Spin se juntou a Pattern Recogniotion na lista de livros que descrevem o futuro agora (Não, não temos uma membrana ao redor da Terra. Mas o clima de imediatismo tecnológico, de investigação e comportamento, são extremamente similares). E é sobre isso que eu vou comentar.

Pattern Recognition me pareceu O livro do século XXI. O primeiro livro realmente escrito NO e SOBRE os tempos atuais. (Exposição midiática, branding, segurança mundial no mundo pós-11 de setembro, lonely girl versus the footage; essas coisas). Bruce Sterling, William Gibson, Warren Ellis, Neal Stephenson, Robert Charles Wilson trazem um jeito tão - sei lá - poderoso de se escrever sobre o futuro que a coisa toda parece acontecer agora. Adicionei Crooked Little Vein à minha lista de pre-orders na Amazon sem nem mesmo ler a sinopse. Não me interessa. Warren Ellis pode ser um louco boçal que às vezes esquece como escrever quadrinhos, mas certamente uma das coisas que ele faz melhor é comentar sobre o futuro imediato. (Eu só espero que ele não escreva sobre apotemnophilia. Isso sim ia ser anticlimático).

Me perdi em algum momento aqui. Não sei mais sobre o que eu queria escrever. Vou terminar com votos de que Grant Morrison decida escrever um romance sobre mágikos urbanos no Japão dos dias de hoje e que Alan Moore decida escrever prosa decentemente. A Voz do Fogo não me pareceu muito bom (Só li até a página 62. Será que fica melhor?)


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