Wednesday, December 05, 2007

e o seu nome é Diablo Cody

Juno parece ser o Little Miss Sunshine de 2008. A roteirista Diablo Cody pode ser a nova Quentin Tarantino. Pode ser que tudo isso não dê em nada.

A roteirista Diablo Cody é uma personagem em si: ex-stripper (das ruins, por sinal) e atuação sensação de Hollywood por causa de projetos que ainda vão sair ou estão no papel, ela conseguiu a atenção de produtores como Spielberg, que encomendou um roteiro para série de TV baseado apenas na premissa de uma mulher com múltiplas personalidades. The United States of Tara, ou algo assim.

Esse perfil de Cody na Entertainment Weekly mostra melhor como funciona sua cabeça. No papel, eu gostei de tudo. Uma daquelas vozes que aparecem de tempos em tempos e mexem tudo. Se der certo, em 3 anos TODAS as garotas quasi-emo estarão fazendo igual, e daí vai tudo por água baixo (como aconteceu com os Tarantino wannabes), mas a essa altura já teremos nos divertido bastante. Costumam tentar explicá-la como um "Judd Apatow mulher", ou "como uma mistura de Joss Whedon e Courtney Love". Por mais interessante - e assustador - que a última referência possa soar, ainda acho melhor esperar. O hype está demais. Quero VER os filmes, pessoal.

O único ponto negativo de toda a entrevista: dizer que Minha Vida de Cão (My So Called Life) é uma versão inteligente e legal e realista do mundo adolescente. Sério? Diablo Cody diz que quer ver o fim dos jovens super-articulados e que Angela Chase se parece muito com uma garota normal. Eu digo não! Eu quero ver MAIS pessoas articuladas e frenéticas. Gostaria muito que Diablo Cody fosse a Amy Sherma-Palladino do cinema. Mais Chucks, mais Lorelais e mais Seth Cohens¹. Mais personagens parecidos comigo, em suma.

Aqui, uma lista e descrições de mais projetos da roteirista ex-stripper. O blog da moça, Pussy Ranch, também tem coisas legais.


¹ A única exceção é para Friday Night Lights. O único personagem articulado ali é um adulto, o treinador Taylor. TODOS os adolescentes são uns idiotas completos, mas são ótimos personagens. "Uh, hello Mr. Coach; hello Mrs. Coach".




do kindle

O tal do Kindle foi lançado - não sem algum estardalhaço que só os tempos modernos de web e hype conseguem produzir - e eu fiquei bastante curioso.

Um aparelho de leitura de e-books, o ipod dos livros, a evolução da indústria editorial, a solução para problemas clássicos que o livro sempre teve (não tem search, não pode cruzar referências, não tem atualização instantânea); tudo isso deixava o aparelho com uma aparência de messias da literatura.

David Pogue, do NYT, escreveu um artigo bastante sóbrio (como sempre).

Mas a melhor análise que vi até agora foi do Charles Stross. No seu blog ele destrinchou vários pontos negativos que vão fazer com que ele não compre um Kindle. Fora a parte da estética (eu entendo que queremos coisas bonitas, mas também acho que e-reader tem que sumir na frente do leitor e deixar o conteúdo dominar os olhos) consigo concordar com tudo. A parte da intrusão e perda de privacidade talvez seja o ponto mais controverso (até porque não ouço tudo isso quando falamos de alguma empresa como o Google, que parece ser totalmente maníaca em angariar informações dos usuários), mas parece mesmo que Bezos e companhia terão que rever o produto.