De vez em quando um jornal fica sem pauta, eu imagino. Isso deve acontecer. Não cheguei a ver isso nas aulas de Introdução ao Jornalismo mas certamente acontece vez que outra em qualquer editoria.
Daí vêm os testes. As matéria de jornalista na pele de alguma profissão. Os perfis suspeitos. Desta vez, decidiram redigitar alguns livros aclamados e ganhadores de prêmios e enviaram para editoras. Que prontamente os recusaram. Li algumas opiniões sobre o assunto aqui e ali. Neil Gaiman não achou o assunto digno de muita nota, esclarecendo que livros novos são recusados o tempo todo. Provavelmente é a posição mais sensata neste caso. Mesmo em um mercado editorial como o da língua inglesa onde, eu imagino, as vendas andam não-ruins.
No caso, os livros redigitados e apresentados como manuscritos originais eram de Stanley Middleton e V.S. Naipaul (escritor inglês de origem centro-americana ganhador do Nobel de literatura). Gaiman sustenta que provavelmente alguns editores recusaram o livro porque perceberam que alguém mandara um livro famosíssimo e não quiseram discutir porque: ou era uma brincadeira, ou era algum lunático perigoso. Para mim era os dois. E não só na conjectura.
Mas há um problema. Pelo menos uma editora recusou o livro e acrescentou uma nota explicatória, em que julgava as qualidades do livro, mas não falava nada a respeito de ele ser uma cópia de um vencedor do Booker Prize. Isso sim é bizarro. Mas é só minha opinião, obviamente.
Eu ainda queria ver testada uma teoria. Algum escritor com reconhecimento positivo da crítica e do público deveria tentar escrever e submeter ao crivo de editoras um livro muito ruim. Como as roupas do imperador, gostaria de saber quem iria dizer a verdade antes de todos os outros.
(Pensando bem, acho que isso já foi feito; sistematicamente, ainda por cima. Só esqueceram de avisar a todos.)
Tuesday, January 10, 2006
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2 comments:
As editoras deveriam privilegiar a arte e não o lucro, mas o que deve ser nem sempre é o que é!
As editoras deveriam privilegiar a arte e não o lucro, mas o que deve ser nem sempre é o que é!
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